O controle de cidadãos brasileiros e alemães durante o Estado Novo

A política de amizade estabelecida entre Alemanha e Brasil, nos anos 30 do século XX, foi tema da palestra proferida pela professora Mercedes Kothe, da UPIS, na reunião desta quinta-feira, dia 17, do Rotary Club 5 de Dezembro. O tema abrangeu o controle de cidadãos brasileiros e alemães  durante o Estado Novo de Getúlio Vargas e o III Reich de Adolf Hitler.

O objetivo do controle era essencialmente político, face ao aprofundamento do confronto entre o socialismo soviético e o nazismo alemão. Por isso, os imigrantes alemães no Brasil eram acompanhados pelas polícias políticas do Brasil e da Alemanha e sobre isso, a palestrante demorou-se na análise dos relatórios dos embaixadores dos dois países, à época.

Enfoques principais

As pesquisas realizadas pela profa. Mercedes mostram que o controle referido se aprofundava em relação aos comunistas e aos judeus. Na década de 30 era significativa a imigração alemã para o Brasil tendo a pessoa de Olga Benares,  mulher de Carlos Prestes, merecido atenção especial. Ela foi deportada para a Alemanha, onde veio a ser executada.

 Os estudos da palestrante buscaram explicações para fatos específicos, como a investigação policial sobre estrangeiros comunistas no Brasil.

Em virtude de informações desencontradas, o embaixador alemão no Brasil, à época, foi considerado persona non  grata e convidado a não retomar o cargo, após férias que tirara. Em virtude desse fato, o embaixador brasileiro na Alemanha teve o mesmo destino. Por isso, Brasil e Alemanha ficaram seis meses sem o embaixador, um do outro E, em 1936, o Brasil se negou a assinar o pacto anti-comunista proposto pela Alemanha.

Mereceu referência o fato de associações religiosas terem participado da propaganda nazista. Tanto que, a partir de 1935, pastores alemães terem se estabelecido no sul do País, participando da divulgação do nazismo.